
Recentemente, no Instagram, falamos sobre o novo filme do Coringa e analisamos alguns pontos de destaque da narrativa.
Talvez o aspecto que mais tenha chamado a atenção do público foi o de que o filme mostra o personagem como um herói, inclusive utilizando uma própria versão sombria e deturpada da Jornada do Herói em sua estrutura.
Parte da crítica disse: “que absurdo, estão glorificando um vilão”.
Parece que esses críticos esqueceram um detalhe fundamental que devemos ter em mente quando criamos um personagem vilanesco: o de que ninguém é vilão da própria história.
Ninguém faz maldades só por fazer. Sempre há um porquê, uma justificativa (nem que ela só faça sentido na cabeça do próprio personagem).
Esse filme do Coringa, ao focar no ponto de vista do personagem-título, nos dá uma aula de como criar um vilão que foge do clichê.
Ali temos empatia, identificação, compreensão e horror… horror por nos colocarmos no lugar daquela figura. Horror por percebermos que não somos daquele jeito, mas que, se tivéssemos vivido aquela vida, naquelas circunstâncias, talvez nos transformássemos em Coringas.
É esse o papel de um bom vilão. É essa a função de uma boa história.
Nunca esqueça: ninguém, absolutamente ninguém, se vê como vilão da própria história!